fonte: cnbbco.com
Nos dias 9 a 14 de maio, aconteceu em Aparecida (SP) o 18º Encontro Nacional de Presbíteros, que teve como tema “Presbítero, comunhão e missão, e o lema: “Vós sois todos irmãos” (Mt 23,8). O evento contou com a participação de mais de 532 sacerdotes de todos os regionais do país. O Regional Centro-Oeste (estado de Goiás e Distrito Federal) participou com todas as 12 dioceses presentes, menos o Ordinariado Militar do Brasil, totalizando 28 padres.
O encontro contou ainda com a presença de 11 bispos e 15 convidados representantes de 274 dioceses do Brasil. Participou ainda o núncio apostólico no Brasil, Dom Giambatista Diquattro. Assessorou o evento, o padre Dr. Rosimar José de Lima Dias e Dom Joel Portella, que é secretário geral da CNBB. Em uma de suas falas, durante o 18º ENP, Dom Joel disse que “os presbíteros estão refletindo sobre o atual momento da sua história, da sua vida, um momento marcado por incertezas, por perplexidades tanto pastorais quanto pessoais”.
Para o padre José Adelson da Silva Rodrigues, até então presidente nacional da Comissão Nacional de Presbíteros, o encontro foi “um momento de graça, já que é o primeiro a acontecer depois de dois anos de pandemia, que ele lembrou como tempo de angústia, sofrimento, mas também de espera, de esperança, de confiança e de gratidão por estarmos aqui reunidos com mais de 500 presbíteros e vários bispos dos diversos regionais. Com relação ao tema e ao lema do evento, ele destacou que “vai nos dar essa esperança de que sairemos daqui muito mais animados, mais fortalecidos, encorajados, para continuarmos a missão”.
O 18º ENP também foi eletivo. Padre André Luís do Vale, do Clero da Diocese de Uruaçu, e coordenador da Comissão de Presbíteros do Regional Centro-Oeste, foi eleito o novo presidente. Padre Fausto Marinho de Carvalho Filho, da Arquidiocese de São Paulo, foi eleito vice-presidente. Além deles, a nova presidência conta com mais sete membros.
Entrevistado, padre André disse acolher com alegria a sua eleição e falou dos objetivos pretendidos para a Comissão Nacional de Presbíteros nos próximos quatro anos. “É uma missão grande, de muita responsabilidade, mas ao mesmo tempo acolhi com muita alegria e sempre apresentei a Deus e pedi a Nossa Senhora que pudesse interceder por essa missão, e se fosse da vontade de Deus eu ser eleito, o que eu puder contribuir para os presbíteros, com certeza irei fazê-lo com muita alegria, amor e entusiasmo ao cuidado com os cuidadores. Temos o objetivo de fortalecer ainda mais a Pastoral Presbiteral fazendo ainda mais, como já, é um espaço de comunhão do presbítero com Deus, de comunhão do presbítero com os bispos, de comunhão dos presbíteros entre si, trabalhando muito bem a dinâmica da comunhão e o cuidado com os cuidadores. Viemos de um período difícil em que a humanidade passa por muitos desafios e com o sacerdote não é diferente então que possamos ser instrumentos de Deus também para ajudar os presbíteros a cuidar melhor do povo de Deus”, declarou.
Carta final do 18º ENP
Na Carta emitida no final do encontro, os presbíteros falaram sobre a crise causada pela pandemia do coronavírus, que afeta os âmbitos “da política, economia, meios de comunicação, vida social, moral e ética”. O documento também lembra todos aqueles que morreram em decorrência da doença. Outro ponto da Carta é o processo do Sínodo dos Bispos, sobre o qual os presbíteros reafirmam fidelidade ao Magistério da Igreja na pessoa do papa Francisco. Em comunhão também com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) os sacerdotes reunidos fizeram agradecimentos. “Alegrou-nos muito, em nosso 18º ENP, a visita e mensagem de Dom Walmor Oliveira de Azevedo, presidente da CNBB; de Dom Jaime Spengler, 1º vice-presidente da CNBB; do Núncio Apostólico no Brasil Dom Giambattista Diquattro, e dos Cardeais Dom Hector Miguel Cabrejos Vidarte O.F.M., presidente do CELAM; e de Dom Odilo Pedro Scherer, 1º vice-presidente do CELAM; no mês no qual celebramos 15 anos da Conferência de Aparecida, realizada de 13 a 31 de maio de 2007”.
A Carta reflete também sobre o mundo secular e suas crises de mediações que propiciam o fundamentalismo, o relativismo e a indiferença. Diante de tudo isso, conforme o documento, os presbíteros são impelidos a agir com “coragem para abandonar as estruturas ultrapassadas que já não favoreçam mais a transmissão da fé (DAp, n. 365). Os presbíteros no Brasil ouvem a voz de Jesus como chamado-missão dirigido a todos eles: ‘Como o Pai me enviou, também eu vos envio’” (Jo 20,22).