Aconteceu entre os dias 25 e 29 de maio, a etapa virtual da 59ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que tem como tema central “Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”, o mesmo tema da 16ª Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos, convocado pelo papa Francisco.
Na quarta-feira, 27, os bispos de todo o país participaram, divididos por regionais, de uma discussão sobre a relação do Sínodo 2023 com as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE), documento que será renovado na 60ª Assembleia do episcopado brasileiro em 2023. “O trabalho de grupo foi mais amplo, em nosso regional houve expressiva participação e percebemos que a construção das DGAE no Brasil trata-se de uma vivência muito forte de sinodalidade”, disse em entrevista Dom Francisco Agamenilton, que é bispo diocesano de Rubiataba- Mozarlândia e secretário do Regional Centro-Oeste. De acordo com ele, isso é o sinal e resume a relação entre o Sínodo e as Diretrizes. “Sinodalidade não é um plano de pastoral, mas um jeito de ser da Igreja e nós aqui no Brasil com esse modo de construir as DGAE vivemos a sinodalidade na prática. Se alguém pede um exemplo de sinodalidade no Brasil está aí, de forma muito focada, no processo de construção das Diretrizes da Ação Evangelizadora”, explicou Dom Agamenilton, que ainda ressaltou que a Igreja no Brasil já era sinodal, embora pouco se usasse essa expressão.
Assembleia Virtual
Com relação à participação dos bispos do Regional Centro-Oeste pelo segundo ano consecutivo em uma Assembleia Geral dos Bispos em modo virtual, Dom Agamenilton avaliou positivamente. “Os bispos, que são um público com idades entre 40 e 70 anos, em sua maioria, aprenderam a usar a tecnologia e participam tranquilamente da Assembleia, portanto, estamos tendo, mais uma vez, uma Assembleia bastante proveitosa e bem participada com opiniões, considerações, de modo que a modalidade on-line não tolheu o expressar dos bispos, então isso embeleza e enriquece a assembleia. Claro que algumas coisas a gente perde como a conversa, o estar junto, que são características da participação presencial”.
Destaques da Assembleia
Dom Waldemar Passini, presidente do Regional Centro-Oeste, destacou dois pontos desta 59ª Assembleia Geral da CNBB: a sinodalidade, tema central, e a possibilidade de se tornar um documento da coleção azul, o Estudo 114 da CNBB – E a Palavra Habitou Entre Nós (Jo 1,14) – Animação Bíblica da Pastoral a partir das comunidades eclesiais missionárias.
O bispo enfatizou que o tema central caminha em sintonia com as Diretrizes da Ação Evangelizadora que serão renovadas no ano que vem. “Nesta reflexão já vamos preparando as novas Diretrizes para o próximo ano na perspectiva de continuidade das atuais, uma vez que é um sentimento comum de que para o bem da Igreja, nós precisamos valorizar, criar e sustentar as comunidades eclesiais missionárias, esses grupos menores que vão se multiplicando nas paróquias, de modo que as paróquias sejam uma comunidade de comunidades, fortalecendo os vínculos fraternos a partir do crescimento da fé em Jesus Cristo, da experiência batismal, da experiência da vida eucarística e isso vai irradiando em fraternidade, em partilha de vida, de bens nos grupos vários das pastorais, movimentos e outras iniciativas, círculos bíblicos, com esse espírito de formar realmente as comunidades como um tecido em cada paróquia. Esse é o tema central e a perspectiva para onde está indo”, afirmou.
Já sobre o Estudo 114, Dom Waldemar que é o bispo referencial para a Animação Bíblico-Catequética no Regional Centro-Oeste, disse que o título valoriza a animação bíblica da pastoral a partir das comunidades eclesiais missionárias. “O Estudo valoriza a palavra de Deus, a liturgia, mas ganhando uma perspectiva muito mais de cotidiano na meditação, na oração pessoal, nos pequenos grupos, nas comunidades, mas também aprofundando a dimensão de estudo da palavra de Deus de modo que a palavra de Deus vá animando toda a vida da Igreja seja realmente a alma que dá vigor, vitalidade, entusiasmo para toda a vida da Igreja no âmbito pessoal, comunitário e em todas as dimensões, e tudo isso nós temos contemplado retomando o estudo 114 na perspectiva da aprovação do documento na segunda etapa da Assembleia dos Bispos, no fim do mês de agosto”.
Por fim, Dom Waldemar ainda pontuou a reflexão sobre a Campanha da Fraternidade 2022 que, segundo ele foi “muito proveitosa e muito bem avaliada pelos bispos”. Dom Waldemar comentou também o Ano Vocacional que a Igreja no Brasil irá celebrar em 2023. “Nós também valorizamos e nos dedicamos às comunicações referentes ao próximo ano, como Ano Vocacional. Dom Francisco Salm que é o presidente da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada já nos apresentou todo o projeto, mas também o momento que estamos vivendo da preparação para o Ano Vocacional 2023. A grande vocação que todos nós somos chamados à santidade, mas com distinções dos lugares clássicos da vida cristã com a multiplicidade das vocações e ministérios na vida da Igreja”, concluiu.