CARTA AO POVO DE DEUS DA DIOCESE DE RUBIATABA –
MOZARLÂNDIA – GO.
PANDEMIA DO CORONA VÍRUS (COVID -19)
“PONHO DIANTE DE TI A VIDA E A MORTE, A BENÇÃO E MALDIÇÃO. ESCOLHE, POIS, A VIDA”.
Caros irmãos Presbíteros, Religiosas, membros da vida consagrada e fiéis leigos, Deus nos renove pela sua misericórdia.
Início esta carta pedindo para que atendamos ao apelo do Santo Padre, o Papa Francisco, que nos pede que oremos por ele, pela paz, pelos profissionais da saúde e pelas vítimas do coronavírus. Não sei se vocês estão acompanhando o papa nestes últimos dias, porém sinto que ele está morrendo.
Os bispos do Regional Centro Oeste (Goiás e Brasília) e os Administradores Diocesanos, estiveram reunidos em Goiânia nestes últimos dias e dentre os vários assuntos, tratamos sobre esta pandemia que nos assusta e nos impele a uma profunda vida de oração, submissão ao poder de Deus e ao exercício da prática da caridade no cuidado com os outros, sobretudo os mais indefesos.
Este tempo quaresmal está marcado pela pandemia do novo coronavírus (COVID-19). “A experiência deste mal comum nos revela a importância do bem comum”. Por isso mesmo, evitemos abir brechas na batalha de contenção do corona vírus, com escolhas irresponsáveis e obedeçamos às disposições restritivas das autoridades competentes, comportando-nos com cautela e responsabilidade. O perigo real e imediato de contaminação em caso de aglomeração de pessoas é a nossa preocupação pastoral com o bem estar não só espiritual, mas também físico, portanto queremos evitar a mortalidade em massa.
As autoridades estão corretas ao exigir que não saiamos de casa a não ser por extrema necessidade, portanto queremos antecipar o toque de recolher para que não tenhamos uma contaminação geral, onde os idosos serão profundamente atingidos. A higiene das mãos constantemente e o evitar tocar a boca, nariz e olhos sem estar com as mãos limpas é o meio de não espalharmos a contaminação.
Tendo em vista o exposto, fica estabelecido o seguinte:
- Igrejas – Deverão ficar abertas, limpas e arejadas para visita ao Santíssimo Sacramento e orações pessoais, respeitando o espaço de 2 metros de cada pessoa;
- Eucaristia – Os sacerdotes ficam obrigados a celebrar a santa Eucaristia todos os dias na forma “Sino Populo” ( sem a presença física dos fiéis), oferecendo-a pelo bem do povo a eles confiado e também na intenção especial pelo fim da pandemia. Desta forma, o Santo Sacrifício não cessará de ser oferecido nos altares de nossas igrejas;
- Atividades Pastorais – Sejam suspensas todas as formas de aglomeração de pessoas: reuniões, retiros, festas paroquiais, mutirão de confissões, por tempo indeterminado;
- Atendimento aos doentes – Os sacerdotes podem atender os doentes desde que tenha os meios adequados de proteção, obedecendo os protocolos de segurança estabelecidos pela autoridade sanitária; os sacerdotes acima de 60 anos e os com imunidade baixa não deverão visitar os doentes;
- Secretaria Paroquial – As secretarias paroquiais podem funcionar observando os devidos cuidados de higienização e proteção, nos horários estabelecidos, a critério do pároco desde que fique uma só pessoa no mesmo ambiente;
- Dízimo e oferta – Obedecer todo critério de higienização ao contar esse dinheiro que certamente virá contaminado;
- Meios de comunicação – Estabelecer com a comunidade um horário para a transmissão da Santa Missa, reforçando o vínculo comunitário apesar da distância;
- Obras das Paróquias em construção – Todas deverão ser paralisadas tendo em vista a saúde dos profissionais e a recessão que entrará o País;
- Crianças – Os pais deverão separar as crianças dos idosos para evitar maior contaminação;
- Quarentena antecipada – É muito importante que façamos esta quarentena antecipada, evitando toda saída desnecessária e as famílias que puderem, levar os idosos para a zona rural.
- Missa do Santo Crisma – Será celebrada ou não, em Mozarlândia, no dia 02 de abril, sem a presença dos fiéis, observando as normas da (OMS).
- Semana Santa – Vamos aguardar as orientações das autoridades sanitárias, se haverá até a data a suspensão do estado permanente de emergência.
Diante desta pandemia devemos ficar de joelhos; é tempo de sofrimento, de valorização da Vida, Dom e Compromisso; tempo para a Leitura orante da Bíblia, oração do Santo Rosário em família, exame de consciência pedindo perdão pelos pecados e pensarmos no quanto o outro é importante na nossa vida. Um vírus invisível nos colocou isolados, em silêncio e nos mostrou a importância da solidariedade, da família, da compaixão, do amor e da fé.
Que Deus nos abençoe, sob a intercessão de São Sebastião para que nos livre deste vírus tão terrível.
Rubiataba, 18 de março de 2020.
Mons. Vanildo Fernandes da Mota
Administrador Diocesano