#Reflexões

Sobre o Ano Jubilar

Um ano de jubileu é uma prática que herdamos do povo hebreu que, entre eles, consistia em celebrar a cada 50 anos, a contar da entrada do Povo de Deus na terra prometida após a libertação do Egito. A celebração do jubileu mexia com toda a estrutura do povo, da nação e de cada membro do povo de Israel, por exemplo: durante aquele ano a terra não podia ser cultivada, os escravos deviam ser libertados, as dívidas perdoadas. Ainda que fosse difícil de realizar, foi proposto como ocasião para restabelecer uma correta relação com Deus, entre as pessoas e com a criação, e implicava a remissão de dívidas, a restituição de terrenos arrendados e o repouso da terra.


Jesus, ao iniciar sua missão neste mundo assim proclamou: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu para anunciar a boa nova aos pobres. Enviou-me a proclamar a redenção aos cativos e a vista aos cegos, a restituir a liberdade aos oprimidos, a proclamar o ano da graça do Senhor” (Lc 4,18-19; cf. Is 61,1-2). Estas palavras de Jesus tornaram-se também ações de libertação e de conversão no quotidiano dos seus encontros e das suas relações e, consequentemente ações de libertação e santificação no quotidiano dos encontros e relações de todos os cristãos. O verdadeiro “tempo de graça” querido por Deus se realiza em Jesus. Toda a atividade de sua vida tem essas características: cura, perdoa, liberta, dá vida, salva.


Entre nós cristãos, celebramos o jubileu a cada 50 anos a partir do nascimento de Jesus, quando Deus, por meio do Filho eterno, entrou em nossa história e assumiu e consagrou nossa temporalidade, entrou no tempo. Assim, o ano 2000 foi um Ano Santo, como celebração dos 2000 anos do nascimento de nosso Senhor Jesus Cristo, e agora, o próximo ano de 2025 será o Ano Jubilar para celebrarmos, o ano inteiro, os 2025 anos do nascimento do Salvador Jesus Cristo, com o lema peregrinos da esperança.


A Igreja Católica iniciou esta tradição de celebrar um Ano Santo com o Papa Bonifácio VIII, em 1300. A partir de 1475, veio a determinação de que o jubileu ordinário fosse celebrado a cada 25 anos. Os jubileus podem ser ordinários ou extraordinários. Até hoje já foram celebrados 26 anos santos ordinários e três extraordinários: O ano santo da Redenção, em 1933, com o Papa Pio IX, em 1983, com o Papa João Paulo II e com Francisco em 2015 o Ano Santo da Misericórdia. O último jubileu ordinário foi celebrado no ano 2000, marcando a passagem do século e do milênio. O jubileu é sempre convocado pelo papa.
O jubileu, pela sua fundamentação bíblica consiste no perdão geral, numa indulgência aberta a todos, e na possibilidade de se renovar a relação com Deus e com o próximo. Mas o merecimento desta indulgência se dá pela prática de obras penitenciais, como peregrinações e visitas a igrejas que são determinadas pelo Papa e pelos bispos diocesanos.


O Papa Bonifácio VIII, em 1300, proclamou o primeiro Jubileu, também chamado de “Ano Santo”, porque é um tempo no qual se experimenta que a santidade de Deus nos transforma. A sua frequência mudou ao longo do tempo: no início era a cada 100 anos; passou para 50 anos em 1343 com o Papa Clemente VI e para 25 anos em 1470 com o Papa Paulo II. Também há jubileus “extraordinários”: por exemplo, em 1933 Pio XI quis recordar o aniversário da Redenção e em 2015 o Papa Francisco proclamou o Ano Santo da Misericórdia.


Ano Santo ou Ano do Jubileu ou Ano da Graça é o que vamos viver em 2025, por convocação do Papa Francisco. O que esperamos do Ano Santo: Existem muitas situações que na atualidade nos inquietam. Existem conflitos internos em muitos países, e guerras devastadoras entre nações e povos. Há violências e atentados contra a vida humana e todas as manifestações da vida. Existe corrupção em muitos aspectos da vida pessoal, familiar e social. Há injustiças e discriminação de pessoas, falta de solidariedade e perda do sentido moral. Cada um de nós tem consciência de que vivemos com egoísmo, com indiferença diante do próximo e que muitas vezes prejudicamos os outros com nossas próprias ações e palavras. São tantas situações de pecado e de desarmonia social, tudo consequência do distanciamento que a humanidade vive em relação a Deus. O Ano Santo é um presente de Deus para a Igreja e toda a humanidade para voltarmo-nos para Deus, e nos reconciliarmos com Ele, com os irmãos e com o mundo, nossa casa comum. É tempo de nos dispormos para os abundantes frutos da redenção de nosso Senhor Jesus Cristo que, com maior generosidade e riqueza, nos são oferecidos, num momento tão singular da nossa vida e da nossa história. Somos todos peregrinos da esperança.

Pe. Joaquim José Neto

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